Consumo excessivo de pornografia exige tratamento, diz especialista

Hoje em dia, com a internet ao alcance de todos, a pornografia ficou muito fácil de acessar. Muita gente assiste, mas pouca gente fala sobre os impactos que isso pode causar. Quando consumida em excesso, a pornografia pode prejudicar a saúde mental e atrapalhar os relacionamentos.

Segundo o Portal de Segurança Online, 95% dos homens e 75% das mulheres entre 18 e 35 anos já assistiram pornografia alguma vez. Já uma pesquisa da Associação Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (ABES) mostra que 60% dos brasileiros que usam a internet assistem pornografia com frequência — especialmente os mais jovens.

O problema é que, além de influenciar como a pessoa vê o sexo, a pornografia também pode afetar o comportamento e as emoções. A psicóloga Alcilene Moreira, da Clínica de Psicologia da UNINORTE, explica que o consumo exagerado pode causar baixa autoestima, ansiedade e dificuldade de se conectar emocionalmente com o parceiro. “A pornografia cria expectativas irreais sobre o corpo e sobre o sexo. Quando a realidade não corresponde ao que se vê nos vídeos, a pessoa se frustra”, diz ela.

Outro ponto importante é o risco de vício. Alcilene alerta que algumas pessoas acabam se tornando dependentes de pornografia e passam muito tempo nisso, o que atrapalha o dia a dia, os relacionamentos e a saúde emocional.

Quando isso acontece, é comum a pessoa ver o outro como um objeto, principalmente as mulheres. Como o sexo é mostrado de forma superficial e sem conexão, isso pode enfraquecer os laços afetivos e tornar mais difícil construir relações saudáveis.

Além disso, a pornografia também pode mudar a forma como a pessoa enxerga a intimidade. “Homens, principalmente, podem desenvolver uma ideia errada sobre o desempenho sexual, achando que precisam ser perfeitos na cama o tempo todo. Isso pode causar frustração e até disfunções como a disfunção erétil”, completa a psicóloga.

Ficar atento a esses sinais é importante. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) defendem campanhas que falem mais sobre os riscos da pornografia e incentivem a busca por ajuda profissional quando necessário.

Segundo Alcilene, quem sente que o consumo de pornografia está atrapalhando a vida deve procurar ajuda. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, pode ajudar a mudar pensamentos distorcidos sobre sexo e trabalhar questões emocionais, como a autoestima. Além disso, grupos de apoio e orientação profissional são importantes para quem quer sair desse ciclo.

Superar os efeitos da pornografia é possível. O primeiro passo é reconhecer que o excesso faz mal. “É preciso entender que isso pode prejudicar a vida pessoal, os relacionamentos e o bem-estar. Com autoconhecimento e apoio certo, é possível recuperar a confiança e viver uma sexualidade mais saudável e verdadeira”, finaliza Alcilene.

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